“Vigilância, vigilância, vigilância!”
No último sábado, 05 de Dezembro de 2020, o Prefeito para a Congregação para a Doutrina da Fé, Vossa Eminência Reverendíssima o Cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer, esteve por um período de uma manhã orientando os Padres Estudantes sobre os mistérios do Tempo do Advento.
De maneira muito simples, mas absolutamente profunda, o Cardeal jesuíta costurou com a linha dourada da fé os caminhos sagrados do Tempo do Natal. Iniciou-nos confirmando que a Graça de Deus se trata de uma pessoa: Jesus! Ele vem na pobreza da nossa carne e se manifesta na plenitude de sua glória. E então, delineou-nos o testemunho dos nossos grandes santos.
O religioso trouxe as palavras de Santo Anselmo, que dizia que Jesus vem em três momentos na vida humana: uma vez da qual sempre recordamos; uma outra vez da qual sempre esperamos; e uma terceira vez, intermediária entre a primeira e a segunda vez, ou seja, um Jesus que é sempre presente e que vem todos os dias.
Na voz de Santo Irineu, questionou-nos que tipo de novidade traz a vinda de Jesus? E nos recordou que sua vinda é a própria novidade em nós, por nós e conosco! Uma novidade que é presença e proximidade revelada numa criança que se coloca no colo da humanidade. Um Jesus que não se envergonha da nossa condição e se torna um de nós.
Na figura profética e adventícia de João Batista, a voz que grita no deserto, o Cardeal lembrou que o deserto na Bíblia é a própria ausência de Deus. O filho de Isabel e Zacarias reafirma que Jesus é maior do que nós e vem para nos batizar no fogo do Espírito Santo.
Em São José, patrono da Igreja, ressaltou a importância do Advento Silencioso e Humilde, vivido pelo Pai Adotivo do Nosso Senhor. Já em Maria Santíssima, apresentou-a como o capítulo mais belo de Deus e a iniciativa total Dele, a primeira e a última palavra de Deus. A menor e a maior entre nós, como afirma o sacerdote e teólogo Karl Rahner.
Com tudo isso, o eminentíssimo concluiu dizendo que a resposta deve ser nossa! Porque não se trata de graça mediana, mas da Plena Graça de Deus. Não podemos nos descuidar, é preciso acordar do sono, pois se trata de uma Esperança que não decepciona. “O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,2). Em Roma, o Natal coincide com o tempo escuro do inverno… devemos ir ao encontro da luz que vem… Juntamente com a grande escuridão da pandemia… devemos ser portadores da Grande Luz! “Jesus, luz que brilha nas trevas!” Portanto, a nós resta apenas a máxima e constante… vigilância, vigilância, vigilância…
Padre Mauro José Ramos
Diocese de Caraguatatuba – SP
Leave A Comment