Neste dia 15 de outubro de 2018, o Arcebispo Secretário da Congregação para o Clero, responsável por Seminários e Colégios, Dom Patrón Wong visitou o Colégio Pio Brasileiro. Foi uma visita muito fraterna. Na oportunidade, Dom Patrón celebrou a missa conosco às 18h45min e, após, participou do jantar. A seguir reuniu-se com os padres que chegaram este ano no Pio.
No início da celebração, o Reitor Pe. Geraldo Maia acolheu Dom Patrón, que presidiu a celebração e, conforme a liturgia proposta, a primeira leitura foi da Epístola de São Paulo aos Gálatas: Abraão e seus dois filhos. No evangelho de Lucas 11,29-32, Jesus diz “que nenhum sinal será dado a esta geração, senão o sinal de Jonas”. Dom Patrón falou da aliança e da liberdade: da aliança que Deus faz com Abraão e com o seu povo e da aliança que Deus continua a fazer conosco, mesmo tendo as nossas fragilidades. E a liberdade que Deus concede, por meio de Jesus, que ensina seu povo e mostra a importância da fé. Ele continuou a reflexão trazendo presente as palavras do Papa Francisco nestes dias de muitos acontecimentos. Dom Patrón destacou dois elementos relativos às canonizações no dia anterior e que mostram a importância da igreja buscar ser santa, mesmo diante das diversidades que o mundo apresenta. Fez referência a Dom Oscar Romero, mas falou mais de Paulo VI, o tempo que ele viveu a realidade que enfrentou e até fez uma comparação com o Brasil hoje e as situações da Igreja no mundo atual.
Após o jantar, Dom Patrón se reuniu com os padres que chegaram este ano. Pe. Geraldo Maia o acolheu apresentando-o à Comunidade e falou da preocupação e proximidade que existe entre os reitores de buscar o melhor para a formação e também desta ponte importante que existe entre o Colégio e a Santa Sé e depois passou a palavra a Dom Patrón e se retirou.
Dom Patrón iniciou falando sobre as suas visitas ao Brasil, em Aparecida, São Paulo, por ocasião do encontro de presbíteros e no encontro de formadores. Elogiou a riqueza que é o clero brasileiro e o bem que os presbíteros fazem à Igreja, mesmo diante da extensão que o Brasil tem. Partilhou um pouco de sua formação de sacerdote e bispo. Foi formado padre diocesano estudando em Roma no Colégio Mexicano, e sua atuação como sacerdote foi apenas em seu país, o México, entre formador e reitor foram 16 anos, depois ficou bispo coadjutor e, após quatro anos, foi chamado a Roma para trabalhar na Congregação para o Clero. Disse que não foi fácil a decisão, visto a importância da missão e ter que voltar a Roma. Disse que lhe sobrevieram todas as lembranças de Roma quando aqui esteve, principalmente as dificuldades da língua, os costumes, a cultura, e também o que deixou em seu país, na sua diocese, mas disse que rezou e pediu muito a Deus para que lhe desse a graça de bem servir, e hoje é feliz na sua missão.
Ao chegar a Roma, Dom Patrón foi percebendo que a vida sacerdotal é muito especial e que precisa ser cuidada. Disse que quer muito bem a todos os sacerdotes, pois a vida de cada um é como um livro novo, tem uma síntese de vida religiosa fantástica e precisa ser muito bem cuidada. E então começou a fazer visitas aos colégios e disse que os reitores às vezes ficavam apavorados, mas depois foram entendendo que ele quer bem aos padres. Talvez essa também fosse a pergunta de algum de nós para saber o motivo real da visita, e ele nos diz: Estou aqui pelo Papa Francisco, pela igreja, pelo povo e pela América Latina. Pois quando vocês retornarem ao Brasil, que o povo possa contar espiritualmente e pastoralmente com vocês. Não importa a titulação, a universidade que estudou, importa é que vocês possam ser, sempre e onde quer que estejam, uma comunidade sacerdotal, com o crescimento humano e o estudo que adquiriram. Que Roma seja o lugar que lhes dê coragem de fé, capacidade de servir em qualquer lugar da diocese e qualificados para as necessidades da Igreja.
Dom Patrón disse que quando era menino lhe chamava a atenção os funerais dos padres, pois vinha gente de várias cidades e diziam: “este é meu padre”, e para ele tocava muito forte. E completou o pensamento com as palavras do Papa Francisco: “a ordem mais importante é a ordem diocesana que está em todo o mundo; religiosos tem carismas, o diocesano acolhe a todos”.
Falou também das dispensas dos padres que, por motivos outros, deixaram ou foram suspensos dos ministérios, e que a Igreja busca dar o quanto antes uma resposta para que este possa continuar ajudando a Igreja naquilo que ele não está impedido.
E, para concluir, nos perguntou onde estudávamos, o nome de cada um, a região do Brasil de onde viemos. Falou que aqui somos chamados a viver a experiência da humildade, a experiência de ser discípulo. Aqui se tem a preocupação e a tentação de querer voltar ao Brasil, de manter todos os contatos com amigos e familiares. Falou da tentação que eles tinham de responder todas as cartas na época que aqui estudou. Mas também da chamada de atenção que o ajudou, pois ele estava aqui para estudar e um dia ele voltaria ao seu país, comparando com as nossas tentações de querer saber tudo o que está acontecendo em nossas dioceses e em nosso Brasil. É importante que se discipline para melhor aproveitar o tempo de estudo e solidificar as amizades. A importância da formação para ser multiplicador do conhecimento, pois um bom padre anima, dá vida à comunidade, e um padre que tem vida dupla, faz um grande mal à Igreja e à comunidade. Precisamos melhorar a nossa vida sacerdotal como resposta positiva aos problemas que se apresentam, pois a renovação da Igreja depende da renovação dos presbíteros, visto que somos poucos, devemos nos querer bem, fazer comunhão. Não se deve ter competição, concorrência. Ter bons padres e com qualidade. E encerou o momento agradecendo a todos e tirando algumas fotos.
Texto: Pe. Mauro Cassimiro – Diocese de Toledo
Fotos: Pe. Janilson Rolim Veríssimo (Dioc. De Cajazeiras – PB) e Pe. Victor da Silva Almeida Filho (Arq. de Campinas)
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